Coprocessamento para fabricação de cimento atinge maior índice da história

Redação – 10.11.2023 –Setor antecipa a meta prevista para 2026 e alcança 30% da matriz energética na indústria cimenteira

O coprocessamento, que é o uso de resíduos sólidos urbanos (RSU) para geração de calor na produção do cimento ou mesmo como substituição de matérias primas, atingiu sua melhor marca na indústria cimenteira em 2022 desde o início das medições, segundo o Panorama do Coprocessamento 2023 (ano base 2022). Foram 3 milhões de toneladas de resíduos processados, sendo 2,8 milhões de toneladas de combustíveis alternativos e biomassas e 179 mil toneladas de matérias-primas alternativas.

O estudo foi divulgado pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) durante o 8º Congresso Brasileiro do Cimento (CBCi), que ocorreu esta semana em São Paulo. A atividade alcançou 30% de participação na matriz energética do setor, antecipando a meta prevista para 2026. Já são 25,813 milhões de toneladas de resíduos coprocessados nos fornos de cimento de 1999 a 2022.

Exemplos de resíduos coprocessados pela indústria do cimento são: pneus usados; resíduos da agroindústria (como palha de arroz, casca de babaçu e caroço de açaí), e mais recentemente os resíduos sólidos urbanos – lixo doméstico, na sua fração não reciclável. Só em pneus inservíveis foram coprocessados 340 mil toneladas em 2022, o que corresponde a cerca de 68 milhões de pneus.

O coprocessamento é uma das principais estratégias para o setor reduzir suas emissões de CO2, com o uso de diversos tipos de resíduos em substituição ao coque de petróleo, combustível mais utilizado no processo de fabricação de cimento. Só em 2022, 2,9 milhões de toneladas de emissões de CO2 foram evitadas.