Revista Brasil Mineral completa 40 anos

Redação – 15.12.2023 – Publicação se tornou referência na cobertura do setor de mineração

Em novembro de 1983, era publicada a primeira edição da revista Brasil Mineral, que trazia como matéria de capa um programa governamental para incentivar a exploração de carvão mineral, o Pró-Carvão. À época, como mostra uma publicação em comemoração ao aniversário da revista, reverberam as consequências da Revolução Iraniana de 1979, que elevou o preço do barril de petróleo.

Como consequência, o governo brasileiro, ainda gerido pela ditadura militar, buscou formas para contornar a dependência do petróleo. O Pró-Carvão foi um deles, incentivando a exploração da matéria-prima em reservas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor escala, no Paraná. A intenção era usar este recurso para abastecer a indústria nacional, principalmente a cimenteira.

Ainda segundo a matéria, a intenção do governo era aumentar a produção nacional de carvão para 27 milhões de toneladas/ano a partir de 1985, o que exigia grandes investimentos. No entanto, o teor de cinzas no carvão brasileiro chegava a 35%, elevado para os padrões de uso industrial. Dessa forma, as expectativas com a produção foram caindo gradativamente, até chegar a apenas 9 milhões de toneladas/ano. Com isso, a indústria de carvão mineral não alcançou o destaque que se planejava.

Como era a mineração brasileira há 40 anos

A revista mostra que o setor brasileiro de mineração era composto pela extração de quatro elementos: ferro, alumínio, carvão e ouro. Neste último, o Brasil era uma referência na região da América Latina como o maior produtor. Assim como hoje, a mineração do minério de ferro era liderada pela Vale, que ainda era a estatal Companhia Vale do Rio Doce.

O setor siderúrgico, inclusive, era controlado pelo Estado brasileiro e consumia parte da produção do minério, enquanto outra parte já era exportada para países desenvolvidos. Outras referências na extração do minério de ferro eram a Caemi, capitaneada pelo grupo Azevedo Antunes, a alemã Ferteco, a belga Samitri (grupo Arbed), a norte-americana Samarco (grupo Utah), além de grupos menores nacionais.

Já a produção de ouro era concentrada na Mineração Morro Velho, que já era do grupo Anglo American e nos garimpos espalhados pela Amazônia. Nessa década entraram outros produtores do metal, como a então Rio Paracatu Mineração (RPM), que era controlada pela Rio Tinto e que atualmente se denomina Kinross.

Para ler a primeira edição da revista, acesse aqui.