Claro herda uma infraestrutura afinada de telecom com a compra da Nextel

Redação – 19.03.2019 –

Operadora passa a ser a segunda no cenário nacional, segundo avaliação da revista Exame

A Claro acaba de finalizar a compra da Nextel por 905 milhões de dólares e agora passa a aguardar o aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que fiscaliza esse tipo de negociação para evitar o abuso do poder econômico, entre outros. Na prática, a mexicana América Móvil, controladora da Claro, ganha espaço no Brasil, uma vez que sua controlada passaria a deter o segundo lugar na telefonia móvel, com algo entre 24% e 26% do mercado. A Nextel, é preciso lembrar, tem 1,5% dos assinantes de celular, o que contabiliza aproximadamente 3 milhões.

Mais do que uma base de clientes, a Claro deve herdar uma infraestrutura afinada de telecom, como notamos em duas reportagens consecutivas há menos de três anos.  Na época (2016), a Nextel já desfrutava de uma reestruturação operacional no gerenciamento e manutenção e sua rede, ações que teriam aumentado sua eficiência operacional em 40%. No Rio, por exemplo, ela tinha conquistado a liderança entre usuários 4G, então a parte mais avançada da rede.

Nextel quer corrigir automaticamente pelo menos 70% de seus incidentes

Infraestrutura da Nextel garante liderança da operadora em redes 4G na região de DDD 21

O interessante da infraestrutura da Nextel é sua abrangência: mais de 90% do PIB nacional com duas tecnologias de telecomunicações, o Serviço Móvel Especializado (SME) via rádio iDEN, e o Serviço Móvel Pessoal (SMP) via redes 3G/4G, que possuem infraestruturas diferentes. No caso do SME, a Nextel operava um serviço de nicho, que por conta da agilidade oferecida pela comunicação instantânea e em grupo ainda tem grande relevância para empresas de diversos segmentos, como comércio, segurança, transporte, construção, logística e hotelaria. Com relação ao SMP, a Nextel detém uma licença nacional.