Gás natural ainda é oportunidade de infraestrutura no Brasil
Por Nelson Valêncio 25.06.2015 –
O Brasil tem 27 mil km de malha de gasoduto para distribuição insumo, enquanto os EUA somam 143 mil km contra a rede brasileira. Ou seja, a expansão do gás também pode significar investimentos em infraestrutura, mas o monopólio da Petrobras no setor pode ser um atravancador.
Os especialistas presentes ao 16º Seminário sobre Gás Natural, promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), iniciado ontem no Rio de Janeiro, apresentaram um quadro atualizado sobre o combustível. Symone Araújo, diretora de Gás Natural do Ministério das Minas e Energia (MME), destacou que a oferta de gás aumentou 72% entre 2009 e 2014 (considerando gás natural importado da Bolívia e GNL importado de vários países).
A grande maioria da produção nacional (67%) está associada ao petróleo e 73% da produção ocorre na plataforma marítima na costa brasileira. Para a especialista, a citação dos Estados Unidos – feito por alguns críticos da produção nacional – não faz sentido. Explorando gás de xisto, em ocorrências terrestres, os norte-americanos têm a seu favor uma infraestrutura consolidada de 349,9 mil km de dutos para transporte de gás entre os estados.
Bolívia nega risco de não fornecimento de gás ao Brasil
O Brasil somaria 9,4 mil km de malha. Na distribuição, os americanos somam 143 mil km contra a rede brasileira de 27,3 mil km. Ou seja, a expansão do gás também pode significar investimentos em infraestrutura. Pode ser que as obras envolvam, na verdade, a construção de termelétricas na “boca do poço”, isso se jazidas terrestres forem confirmadas e se as térmicas a gás forem integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de transmissão de energia.
Os dois “se” do parágrafo anterior ainda merecem respostas. Para a executiva do MME, o quase monopólio da Petrobras no segmento pode inibir o desenvolvimento mais ativo do setor. A opinião de Symone é compartilhada por vários palestrantes presentes ontem no seminário do IBP.