Dia das bruxas para a geração termelétrica a biogás

Por Nelson Valêncio – 7 de novembro de 2014

Fontes eólica e solar fotovoltaica, por outro lado, tiveram boas contratações no leilão de reservas (LER) para os projetos que iniciam em 2017

consumo-de-energia-eletricaRealizado no último dia 31 de outubro, o leilão de reserva de 2014 (LER 2014), com projetos que devem começar a operar a partir de 2017, não foi auspicioso para as termelétricas a biogás. Para eles, o dia das bruxas foi mais forte e as contratações somaram zero megawatt (MW). Ao contrário da fonte eólica e solar fotovoltaica. Essa última, inclusive, participou pela primeira vez de forma separada, ou seja, sem concorrer com outras fontes de energia.
Operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o leilão resultou na contratação de mais de 1,6 GW de capacidade adicional de geração elétrica à matriz brasileira. Os projetos devem fornecer energia durante 20 anos, a partir de 2017 e serão interligados ao Sistema Integrado Nacional (SIN). A geração solar foi negociada de forma separada, resultando na contratação de 202 megawatts médios a um preço de R$ 215 por megawatt hora (MWh). O valor inicial era de R$ 262 MWh, reduzido pelo deságio, mas ainda assim bastante superior à energia eólica, que no leilão teve contratados 333,3 MW médios, compreendendo 31 projetos.

Com o LER 2014, a energia eólica reforça sua participação na matriz. Dados da entidade que congrega o setor, a Abeeólica, indicam que essa fonte já somaria uma capacidade instalada de 5,6 GW ou 4% da matriz energética brasileira. Os números fazem parte do mais recente balanço da entidade (divulgado em 01 de novembro). Dos 1,6 GW recém contratados, a geração eólica vai responder por 769,1 MW, o que deve resultar, pelos cálculos da Abeeólica num total de R$ 3 bilhões de investimentos. A soma inclui, por exemplo, a compra de 385 aerogeradores e 1.155 novas pás.

Usando outras métricas – na avaliação da entidade – a energia gerada seria capaz de abastecer 1,5 milhão de residências mensalmente. Em termos de emprego, o setor geraria 11,5 mil novos postos com a contratação das novas usinas. Lembrando que o preço médio do leilão para energia eólica foi de R$ 142,24 MWh.

Quatro estados do Nordeste centralizam os projetos, com a Bahia saindo na frente: 16 parques eólicos, com capacidade total de 373,5 MW e investimentos de R$ 1,4 bilhão. O Rio Grande do Norte, com 9 parques, receberá R$ 929 milhões de investimentos. Pernambuco recebe R$ 342 milhões, seguido do Piauí, com 281 milhões, ambos com três parques eólicos cada um.