Novas tecnologias de cabos ópticos avançam nas redes de alta tensão e nas cidades inteligentes

Da redação – 02.06.2016 – 

Furukawa lança primeiro ADSS com capa resistente ao trilhamento do mercado latino-americano e investe em soluções especificas para as chamadas smart cities.

Para cada local uma infraestrutura diferente de cabos ópticos. Esse parece ser o moto da Furukawa, que acaba de lançar o primeiro cabo ADSS fabricado na América Latina e que atende as especificações da norma internacional IEEE P1222. A empresa também continua investindo nos projetos de cidades inteligentes e participa de um dos eventos do segmento, que acontece no Rio de Janeiro na próxima semana.

No primeiro caso, a empresa entra – fabricando localmente – num mercado já existente, o dos chamados cabos ADSS, da sigla em inglês para autossustentados e totalmente dielétricos. A tecnologia não é novidade, pois eles fazem parte da infraestrutura de várias empresas do setor elétrico que os instalam ao longo de suas redes de transmissão de alta tensão. Essa malha serve para as próprias demandas de telecomunicação das concessionárias, como infraestrutura que pode ser locada. Ao fato novo é a produção local.

Os ADSS resolvem um dilema do uso de cabos ópticos em linhas de transmissão com mais de 138 kV: evitam a erosão do material termoplástico que recobre os cabos ópticos, fenômeno conhecido como trilhamento elétrico ou efeito tracking. A solução vem da adoção de uma capa resistente ao efeito, produzida com materiais especiais. Bingo, em resumo, esse é o novo produto da Furukawa. De acordo com a empresa, seu cabo ADSS seria o primeiro que atende as especificações internacionais a ser produzido na América Latina.

“A Furukawa foi a primeira empresa da região a validar esse tipo de cabo óptico em laboratório independente, de acordo com a norma IEEE P1222, que estabelece requisitos e métodos específicos para esses cabos ADSS resistentes ao trilhamento”, afirma Hernani Szymanski, engenheiro de produtos da multinacional. “Esse é um diferencial importante do nosso produto, que foi desenvolvido para atender plenamente essa necessidade do mercado”, acrescenta.

Focada em infraestrutura física óptica, a empresa também enxerga outro universo potencial além das concessionárias de energia: as cidades inteligentes. Esse é outro foco da companhia no evento Connected Smart Cities, que acontece no Rio de Janeiro na próxima semana.

“Para colocar inteligência em uma cidade, a informação tem de ser democrática e precisa estar disponível em qualquer lugar e a qualquer momento”, afirma Celso Motizuqui, gerente geral de vendas de Sistemas Broadband da empresa. “Isso requer, em primeiro lugar, um planejamento de rede integrada, envolvendo os diversos interessados nessa informação”, acrescenta.

De acordo com o especialista, um ponto importante do planejamento é a coexistência entre as infraestruturas de redes ópticas e sem fio, que devem funcionar de forma integrada. “A rede óptica é necessária para atender à demanda por capacidade. Mas nas pontas, em muitos casos, é comum utilizar tecnologias de acesso sem fio, via rádio”, explica Motizuqui.

Para ele, é necessário otimizar a infraestrutura de rede óptica dos municípios, por meio da adoção da tecnologia mais adequada à criticidade do serviço prestado. Entre as iniciativas ele sugere novas soluções de cabos ópticos, desenvolvidas com o objetivo de minimizar o problema de falta de espaço nas ruas e postes, além de melhorar o visual das cidades.