Monetização é a principal barreira para a implantação de IoT

Da redação – 20.10.2016 –

Segundo Márcia Ogawa, Líder de Analytics & IoT da Deloitte, processo ainda é o desafio maior de ativação da internet das coisas entre as corporações brasileiras.

Apesar das dificuldades, a especialista avalia que a acessibilidade à IoT é um ponto positivo para o segmento corporativo. Mesmo assim, os gestores ainda não conseguem visualizar a maneira pela qual a implementação de IoT pode gerar redução de custos nas operações diárias das companhias.

“A ideia que temos de IoT é que ela trata da capacidade de sensorização, comunicação, agregação de dados, análise e direcionamento de comportamentos que uma empresa possui”, explica Márcia. “É preciso que as corporações entendam o processo para, então, gerarem valor com maior produtividade ou mesmo com a criação e desenvolvimento de novos projetos”, complementa.

Para exemplificar a geração de valor com IoT no processo produtivo, Márcia destaca os setores de manufatura e saúde. No caso das plantas industriais, as vantagens da tecnologia estão presentes, principalmente, no quesito manutenção: quando um equipamento falha, o técnico responsável possui meios de encontrar alguns dados e partir daí fazer o trabalho manual de entender a causa do erro. Com os recursos de IoT, todos os dados referentes àquele equipamento são cruzados e, automaticamente, a causa do erro é acusada.

Já quando o assunto é a saúde, a comodidade ocorre principalmente na hora de produzir diagnósticos e inventários de remédios. “Todos os dados, dos mais diversos setores de um hospital ou mesmo unidades, estariam cruzados e atualizados. Um processo muito mais rápido para a operação diária do local e operação mais ágil significa redução de custos”, diz a executiva da unidade brasileira da Deloitte.

Para a monetização de IoT por meio da criação de novos projetos, Márcia cita quatro formas de gerar lucros. A primeira delas é a comercialização de informações de forma agregada, quando a empresa captura os dados de um conjunto de ativos, por exemplo, e os explora para a identificação de novas formas de operação. Há também o modelo de venda de plataformas de agregação de dados como serviço (PaaS).

Outra opção é a comercialização de backbone de conectividade de dados. “As empresas podem oferecer suas redes para conectar os dados de clientes e esse seria um grande modelo de negócios, com geração de lucro garantida por meio de IoT”, comenta.

Por fim, há o modelo de projeto que visa o uso inteligente de informações geradas dentro da própria natureza e que, de modo geral, pode ser desenvolvido de forma simples: uma empresa de energia, por exemplo, conseguiria passar informações sobre abastecimento, consumo e economia para seus clientes por meio de plataformas online e de análise em tempo real.