Metade dos imóveis comerciais estão desocupados no RJ

Da Redação – 18.09.2017 – 

Mesmo assim, segundo empresa de pesquisa, o preço médio continua alto, registrando leve queda quando comparado a outros mercados, como o de São Paulo.

A cada dois prédios comerciais de alto padrão no Rio de Janeiro, um deles está vazio. Esse é o mapeamento da Buildings, empresa de pesquisa imobiliária corporativa, sobre o cenário da ocupação em edifícios empresariais na cidade mostra que a taxa de vacância no perfil Corporate A, AA e AAA, no segundo trimestre de 2017, chegou a 47,08%, o que representa 823.358 m² desocupados. Mesmo assim, o preço médio do pedido de aluguel está alto, com leve queda apresentada em comparação com outros mercados. Hoje, o valor médio nesses edifícios de alto padrão na cidade está em R$ 100,44 por m², pouco abaixo dos R$ 120 por m² médios para o mesmo universo de edifícios em 2010.

“É interessante compararmos as métricas de preços pedidos entre São Paulo e Rio de Janeiro, que são os dois principais centros de edifícios comerciais do país. Enquanto São Paulo, nesse período de 2010 a 2017, chegou a um pico de vacância de 24,8% e reduziu seus preços pedidos em 47%, o Rio de Janeiro apresenta um índice atual de 47% de vacância e reduziu seus preços em 19,4% apenas”, analisa Fernando Didziakas, diretor da Buildings.

Se os preços pedidos não demonstram a queda acentuada que seria esperada, a análise da Buildings monitorou casos com até 65% de desconto na renovação de contratos. “A pressão por redução de preços existe, tanto que acompanhamos um caso de um inquilino no centro do Rio de Janeiro que pagava R$ 101 por m² em 2015 e renovou para R$ 35 por m² em 2017”, acrescenta Didziakas.

Os altos índices de vacância registrados na cidade são, em parte, um reflexo da crise econômica do país e também dos setores que mais movimentam o Rio de Janeiro, como óleo e gás e os órgãos públicos. Mas outro forte motivo da alta vacância é o aumento das novas entregas. No primeiro trimestre de 2010, a taxa de vacância era de apenas 1,92%; existiam 762.876 m², sendo que apenas 13 mil m² desse montante estavam desocupados. No período entre 2010 e 2017, entretanto, foram acrescidos 90 edifícios ao estoque total da cidade, criando um novo estoque de 985.904 m², mais que o dobro do total já existente, resultando em 1.748.780 m² de estoque total na cidade.

Acima da média
Com alta demanda e pouca oferta em 2010, os preços pedidos nos edifícios Corporate A tornaram-se muito acima da média nacional, impulsionados pela vacância que tendia a zero em alguns trimestres. Na época, a Buildings chegou a registrar preços pedidos de R$ 260 por m². O mais surpreendente é que o alto valor permanece em alguns edifícios classe A até hoje: foi identificada uma torre localizada na zona Sul, por exemplo, que tem atualmente o preço de R$ 250 o m², bem mais alto que o m² mais caro de São Paulo, que é de R$ 185 o m². Uma das explicações para a permanência do alto preço dos edifícios classe A no Rio de Janeiro é a localização.

Ao contrário do que aconteceu com os edifícios Corporate A, os empreendimentos Casse Outros (BB, B e C) tiveram queda acentuada no valor do aluguel, durante o período, na capital fluminense. O preço médio, que era de R$ 150 por m² em 2011, foi reduzido pela metade, caindo para R$ 72,71 por m², no segundo trimestre de 2017.