Supergasbras começa a reutilizar água para fabricação de botijões

Redação – 05.10.2021 – Primeira unidade da empresa a implementar sistema já consegue economizar mais de 40 metros cúbicos de água por hora

A Supergasbras, empresa do grupo SHV Energy é uma das maiores distribuidoras de gás de cozinha (GLP) do País, começou um processo de modernização de suas unidades fabris a partir do investimento em sistemas de reuso de efluentes. A intenção é economizar água durante o processo de fabricação de botijões. 

A primeira unidade a implantar este sistema foi a Qualival, fábrica e requalificadora de botijões, situada em Duque de Caxias (RJ). A unidade, que possui mais de 45 mil metros quadrados de área, conta com a atuação de aproximadamente 160 colaboradores e possui uma produção média de mais de 150 mil vasilhames por mês. Lá, foi implantada a Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI), capaz de reaproveitar 100% da água utilizada nas atividades da unidade de fabricação. 

A requalificação e fabricação dos vasilhames de gás são processos que necessitam do uso de grandes quantidades de água, gerando consequentemente considerável volume de efluentes, que são então tratados na ETEI e passam a ser reutilizados no processo, mantendo um ciclo fechado. Todo efluente tratado e filtrado é armazenado no tanque de água tratada para reuso. A estação foi projetada para tratar uma vazão média de 40 metros cúbicos de água por hora. 

Além da redução do consumo, a empresa ganha com a redução do custo de compra de abastecimento de água e análises laboratoriais relacionados ao descarte de efluentes. Por isso, a empresa busca replicar o sistema em todas as outras unidades. 

Etapas de produção e a economia de água

Para entender melhor a quantidade de água que é utilizada na fábrica, é preciso saber primeiro como funcionam as etapas de produção de um botijão de gás. A primeira é o corte das chapas de aço em círculos, que são direcionadas a uma prensa responsável por moldá-las em formato aproximado de uma semiesfera, que se denomina de calotas. 

Para realizar o processo de prensagem é necessário que o aço seja lubrificado com óleo. A utilização desse óleo tem objetivo de reduzir o atrito entre a chapa e a prensa, e assim não causar ruptura do material. Após esta etapa, para remoção do óleo utilizado, as calotas são encaminhadas para uma lavadora, que opera com detergente e água quente, que possui um volume de geração de efluente de cerca de três metros cúbicos por semana. 

Os efluentes gerados na lavadora de calotas são destinados ao tanque de pré-tratamento através de bombeamento. Neste tanque são dosados insumos químicos para que ocorra uma desestabilização dos coloides e dos óleos, que posteriormente serão direcionados por gravidade ao tanque de equalização. 

A etapa seguinte é a de soldagem, onde as calotas são unidas e instaladas alça. No entanto, para sua comercialização e por questões de segurança, o botijão precisa ser capaz de suportar o equivalente a 36,4 quilos de pressão interna, o que é aferido no teste denominado hidrostático realizado com injeção de água no interior do vasilhame. Ao mesmo tempo, é feita a lavagem interna dos botijões que serão requalificados para voltarem ao consumo. Os efluentes gerados nessas áreas, teste hidrostático e lavagem interna, são direcionados ao tratamento primário e a vazão média de geração é de 40 m³/h.