Setor de aviação destaca legado de aprendizado e tecnologia no pós-pandemia

João Monteiro – 01.12.2021 – Novamente impactado pelas restrições e fechamentos de fronteiras devido à nova variante de covid-19, associações do setor mantêm otimismo e destacam necessidade de trazer os voos internacionais 

Frente aos novos fechamentos de fronteiras e restrições de viagens devido à variante de covid-19 ômicron, o setor nacional de aviação se vê novamente em um cenário de crise que parece que não vai acabar. No entanto, foi em clima de certo otimismo que o painel “Superando a Turbulência: Perspectivas do Setor Aeroportuário Brasileiro no Pós-Pandemia”, do evento Airport National Meeting (ANM 2021), discutiu o futuro do setor. 

O otimismo vem da recuperação dos voos domésticos e o avanço da vacinação, bem como a experiência adquirida ao longo de quase dois anos de pandemia. Mario Portela, presidente da Associação Nacional das Concessionárias de Aeroportos Brasileiros (ANCAB), que a sangria do setor o fez alterar processos e investir em tecnologias, o que gerou um legado para próximas gerências de crise sanitária. Um exemplo simples é a limpeza de aeronaves, feita de forma mais segura e eficiente. 

O ponto positivo é há uma demanda reprimida de quem gostava de viajar, mas se viu impedido. A recuperação dos voos domésticos é resultado disso, que pode melhorar ainda mais e cabe ao setor se preparar para isso. “Com a adoção do home office, o profissional pode viajar mais, já que será capaz de trabalhar de qualquer lugar. Isso traz um potencial turístico do Brasil precisa ser explorado”, destaca. 

Ruy Amparo, diretor de segurança e operações de voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas  (Abear), aponta que é preciso planejamento e união do setor de aviação e da cadeia do turismo para alcançar o potencial ao qual Portela se refere. “A recuperação dos voos domésticos mostra que a criação de medidas sanitárias, junto com a vacinação, deu resultado”, destaca Amparo. Agora, os mesmos cuidados precisam ser tomados com os voos internacionais, que precisam ser adaptados para a duração desse tipo de viagem. 

Flavio Pires, diretor geral da Associação da Aviação Geral (ABAG), que expectativa são positivas dentro deste segmento, responsável por voos particulares, mesmo com novas variantes. A aviação geral se beneficia pela questão de poder suprir a demanda que os voos regulares não conseguem, seja pela não cobertura de rotas ou devido à lotação de aeronaves. A questão, segundo Pires, é como se darão as ações políticas, como o fechamento de fronteiras. Ele defende que a aviação tem um papel menor na transmissão em comparação com outros modais de transporte, o que não justificaria uma restrição maior.