Especialista aponta revolução tecnológica em máquinas para construção

Redação – 02.12.2021 – Maior tecnologia também deve impactar modelo de negócios das fornecedoras de equipamentos 
Yoshio Kawakami, consultor da Raiz Consultoria, diz que será necessário capacitação no trabalho com novas máquinas (imagem: divulgação Sobratema).

O mercado de máquinas para construção vivencia uma fase inédita, na visão de Yoshio Kawakami, consultor da Raiz Consultoria. Em sua palestra no evento Tendências no Mercado da Construção, realizado em 25 de novembro, ele ressaltou que, pela primeira vez, teremos um impacto muito grande, com as mudanças tecnológicas, advindas da transformação digital, que poderão modificar as relações entre os players – fabricante, distribuir e cliente. “O setor sempre evoluiu, mas hoje vive uma verdadeira revolução. Pela primeira”, disse. 

A seu ver, a mudança tecnológica não deve ser vista apenas como uma facilidade, uma vez que ela gera novas complexidades, que exigem aprendizado e pessoas tecnicamente ainda mais preparadas e com outras competências. 

Além disso, o modelo de negócios também deve ser afetado, assim como o portfólio de produtos, que pode ser ampliado ou modificado. “Por quebrarem a estabilidade do mercado, essas mudanças podem levar ainda a alteração da posição das empresas líderes, a fusão de companhias e a entrada de um player disruptivo, como foi o caso da Tesla no mercado automotivo”, explicou. 

Em sua avaliação, as empresas estão aplicando grandes investimentos para adoção dessas tecnologias. Com isso, a demanda pelo retorno é acelerada, colocando uma pressão adicional ao processo. Contudo, ele salientou que os produtos atuais continuarão no mercado, o que significa a continuidade do setor de reposição de peças.   

Kawakami ponderou ainda que a pandemia trouxe uma consciência sobre a cadeia de suprimentos, e com a expectativa de crescimento do mercado global de máquinas nos próximos anos, é provável que os problemas com a distribuição continuem. Para ele, a disputa por componentes eletrônicos vai se acirrar muito mais e é preciso que as empresas se planejem para lidar com ela.