Especialista da Metso Outotec dá dicas para aumentar eficiência na britagem

João Monteiro – 21.12.2021 – Durante webinar, Athayde explicou processos que tornam uma linha de produção mais eficiente e lucrativa 

Por ser um mercado comoditizado, empresas que trabalham com agregados não têm muito espaço para aumentar sua lucratividade, já que o preço é regulado pelo mercado. Para extrair mais valor deste insumo, o recomendável é que as empresas de mineração apostem na redução de custos e eficiência da linha de produção da britagem. 

Foi por este caminho que Hugo Athayde, coordenador de Vendas da Metso Outotec, seguiu para explicar como a britagem pode ser mais produtiva e alcançar um lucro maior para as empresas que trabalham nesse mercado. O executivo foi o palestrante durante o webinar promovido pela empresa ontem (20/12). 

De acordo com ele, são diversas variáveis que levam ao preço dos agregados, mas, basicamente, as empresas precisam mensurar sua produção, rendimento operacional, qualidade, paradas e estoque para chegar ao custo por tonelada processada. Esse número precisa ser positivo em relação ao preço de mercado do agregado para que a empresa tenha lucro. 

Mais eficiência na britagem

E se esse número não for positivo? Athayde explicou que todo a linha de produção precisa ser avaliada para ver se há alguma perda de produtividade. Isso vale tanto para quem não está tendo lucro quanto para quem já está, pois pode melhorá-lo. 

O primeiro passo é conhecer os graus de redução de cada estágio da linha e seus equipamentos e respeitá-los. Uma planta convencional de três britagens, por exemplo, já é bem balanceada na visão do especialista. Como benefícios, ele aponta a maior capacidade, a produção contínua e o menor custo por tonelada. 

Mas sempre é possível melhorar e, para isso, é preciso entender bem a capacidade dos equipamentos na linha de produção, algo em que os fabricantes podem ajudar. Sabendo disso, é possível traçar uma simulação em que se saiba qual é a produção que a mineradora é capaz de atingir. “Lembrando que quem ditar o ritmo da linha de produção é o equipamento com menor capacidade”, destaca Athayde. 

  • Com o dado da simulação e o dado que a empresa opera, é possível ter uma noção de quanto se está perdendo em produtividade. O especialista destaca três fatores que impactam neste processo: 
  • Disponibilidade física: considera o tempo que a planta fica parada por falhas e paradas para manutenção. 
  • Fator de utilização: quando a planta não é capaz de operar por outro motivo que não seja de manutenção, como falta de energia ou problemas climáticos. 
  • Fator de produtividade: quando a planta trabalha abaixo da capacidade instalada. 

Dicas para aumentar a produtividade 

Athayde também deu dicas para aumentar a eficiência na britagem: 

  • Limitar o tamanho da pedra a, no máximo, 80% da largura da boca da máquina de britagem, para evitar engaiolamento do minério e travar a produção. Da mesma forma, largura da mesa precisa ser o mais próxima possível do tamanho da boca do alimentador, para evitar desgastes das mandíbulas ou mais engaiolamentos de pedras. 
  • O mesmo vale para a rebritagem, pois a pedra pode ficar presa na boca de alimentação e não ser britada. Isso pode levar a perdas produtivas e de energia, e até mesmo ao risco de transbordamento de material, o que pode causar acidentes. 
  • O APF também precisa ser ajustado frequentemente. Dependendo do mineral com que se trabalha, isso deve ser feito diversas vezes por semana. No caso do granito, por exemplo, o ajuste do equipamento precisa ser feito diariamente e até duas vezes por dia, dependendo da planta. 
  • Quanto à velocidade das rotações, Athayde aconselha que na linha posição secundária seja feita em baixa rotação, pois dá maior volume de processamento e melhor admissão de pedras grandes. A partir da terciária, rotações altas resultam em um produto com curva mais fina e baixo consumo de potência. 
  • Na parte de peneiramento, é preciso levar em conta a eficiência do processo. O ideal é que alcance entre 80% a 95% de eficiência em cada deck, pois se passar disso significa que a peneira não está segurando nada e que talvez ela nem seja necessária. Caso seja menor que 80%, pode ter alguma falha de processo. 

Por fim, Athayde comentou que a automação também tem um papel importante para permitir que uma planta opere acima dos 90% de sua capacidade – uma planta convencional alcança em torno de 75%. Isso porque ela permite que o equipamento opere mais perto do seu limite e por mais tempo, o que traz mais rendimento operacional, sem falar na redução do “erro humano” no processo.