Kit da DPR permite redução de 30% em cabos drop para ISPs

Nelson Valêncio – 09.06.2022 –

A DPR Telecomunicações desenvolveu um kit de ativação de rede para provedores regionais (ISPs) que torna o processo mais rápido e econômico. O conjunto inclui, entre outras coisas, o terminal de rede óptica (ONU), componente da infraestrutura que fica na casa do assinante, e um cabo drop no tamanho especificado de acordo com o plano de rede do provedor. A solução elimina vários problemas, a começar pelo roubo: o técnico responsável não precisa carregar os produtos, pois eles são enviados previamente ao usuário final, que solicita a ativação usando o QR code que identifica o kit. Ao mesmo tempo, o técnico também vai usar o cabo drop entregue, evitando o desperdício que acontece em campo.

“Em média, cerca de 30% dos cabos drop são usados indevidamente nas ativações convencionais. Com o kit de ativação, isso é eliminado”, explica Daniel Luna, gerente de Conectividade da DPR. Durante a recente Abrint, feira do setor de provedores regionais, o especialista destacou essa solução, lembrando que as distâncias médias do cabo drop estão entre 100 metros e 120 metros, mas que as medidas são personalizadas de acordo com o plano dos provedores. O processo faz parte da consultoria que a empresa faz e que pode envolver até um processo de chave na mão (turn key), refinando os projetos dos ISPs e até treinando mão de obra, além de organizar uma rede de parceiros.

Luna acrescenta que a otimização da infraestrutura acontece também na expansão da rede, com o uso de caixas de terminação óptica (CTOs) inteligentes. Os modelos envolvem um sistema que permite a troca rápida da infraestrutura, ampliando rapidamente a capacidade desse tipo de componente, instalado em postes. Outro diferencial é a possibilidade de trocar somente a parte exterior da CTO, em caso de dano, evitando mexer na rede. Segundo o gerente da DPR, o processo pode ser feito em no máximo 15 minutos. Os recursos citados fazem parte de soluções criadas para tornar a ativação de rede mais rápida e mais econômica, valorizando os ativos dos ISPs.

Para o especialista, o processo também precisa incluir o treinamento das equipes que realizam a ativação e a expansão. Além da possibilidade presencial e in company, a DPR criou o DPR Training, um aplicativo que facilita a transmissão de conhecimento via vídeos, PDFs e até mesmo vários jogos. O app foi criado em parceria com a Facens, centro universitário paulista. Na área de teste de ativação de rede, a DPR aposta na certificação da infraestrutura ainda na fase de construção, ou seja, a malha óptica é testada antes da oferta do serviço. “A qualidade de rede é extremamente importante, seja para a oferta de novos serviços ou mesmo para a possível venda da operação”, avalia Luna.

O marketing e os novos serviços, aliás, fazem parte do radar da DPR para os provedores regionais. No primeiro caso, a companhia disponibiliza um caminhão show de 11 metros que simula uma casa conectada à rede óptica do provedor. O veículo é deslocado para os ISPs que fecharam um contrato mais amplo com a empresa e que – ao conectarem o veículo, via cabo drop, à sua malha – podem mostrar na prática como é a velocidade e os novos serviços que pode oferecer aos assinantes locais. “Há bastante investimento em infraestrutura, mas às vezes falta pensar no marketing”, argumenta Luna.

Na área de novos serviços, ele defende o papel de empresas como a DPR ao viabilizar uma rede a prova de futuro. Parceira da Nokia, ela distribui uma série de soluções, inclusive as chamadas terminais de linha óptica (OLTs), ativadas nas centrais. A troca de placas das OLTs permite o aumento gradativo de capacidade, viabilizando que os provedores regionais possam ativar serviços para usuários domésticos e corporativos, de forma racional. A oferta da rede GPON, ou seja rede passiva óptica em gigabit, como meio de interligação de estações rádio base (ERBs) para as operadoras com licença para 5G, é uma das grandes possibilidades de mercado para os ISPs.

Na avaliação de Luna, vão ganhar espaço os ISPs que tiverem uma rede de qualidade e legalizada, com licença das concessionárias de energia para usar os postes onde a infraestrutura é passada. Novos serviços incluem recursos de rede inteligente, como as luminárias dotadas de câmeras de segurança e com sistemas de LED que modulam a qualidade da luz de acordo com o número de pessoas que estão embaixo dos postes. Outra possibilidade é a ativação de pequenas ERBs ou microcélulas a partir da rede óptica dos provedores. Isso permite que as operadoras – ou mesmo os ISPs – ativem redes sem fio com alcance de até 10 km de cobertura. O céu, nesse caso, é o limite para os provedores que investirem em seus ativos.