Mercado de usinas pavimentadoras está animado com retorno de obras

João Monteiro – 15.06.2022 Setor de construção civil aquecido faz com que fabricantes lancem novos equipamentos no Brasil

As fabricantes de usinas pavimentadoras estavam animadas durante a Paving Expo 2022. Executivos da Lintec-Ixon e da Margui, duas fabricantes nacionais do setor, apontaram boas expectativas para o ano e enxergam possibilidades de vendas. Ambas aproveitaram o evento para lançar equipamentos, inclusive.

David Kaffka, gerente comercial da Lintec-Ixon, aponta que as empreiteiras estão comprando equipamentos para aproveitar a retomadas das obras no País. Segundo ele, as máquinas da maioria das empresas estão defasadas ou até sucateadas, o que as força a atualizar seus equipamentos para atender novos negócios.

Ele enxerga que, mesmo uma usina pavimentadora tendo uma longa vida útil – até 25 anos se bem manuseada e atualizada – o tamanho do mercado brasileiro de infraestrutura exige a compra de novas máquinas para atender a demanda. “A nossa malha viária é defasada e muitas rodovias passam por processo de duplicação, abrindo mercado para o setor de pavimentação”, afirma.

O cenário não é diferente na Margui, que atende pequenas e médias empreiteiras. Jean Kelvin Silva, gerente comercial da fabricante, aponta que o mercado de infraestrutura está aquecido e seus principais clientes estão crescendo. “O pequeno está crescendo para virar médio e o médio para virar um grande”, afirma.

Com isso, a Margui tem crescido ano após ano. Em 2018, seus equipamentos começaram a ganhar mercado e ela fechou 2019 com um crescimento de 110%, segundo Silva. Nos dois anos seguintes, a empresa manteve um crescimento de 20% e agora projeta crescer 25%.

Desafios da cadeia logística

No entanto, há outros problemas que as fabricantes de usinas pavimentadoras enfrentam. Entre eles está atender a demanda. Como esses equipamentos não são baratos para produzir, eles são fabricados sob demanda. Hoje, a Lintec-Ixon leva 150 dias para entregar uma máquina, devido ao problema global de escassez de componentes eletrônicos, que afeta toda a cadeia logística.

Devido a esse problema, a entrega de máquinas leva o triplo do tempo que levava no passado. Para driblar a crise, Kaffka diz que a empresa apela para outros fornecedores (o que leva a desafios técnicos, como reprogramação de máquinas) e, em último caso, entrega de usinas pavimentadoras sem componentes eletrônicos complexos, deixando para serem instalados direto na planta do cliente.

A Margui também enfrenta problemas parecidos, mas com menor escala, já que seus equipamentos não tem tanta eletrônica. “O principal componente é o motoredutor, que levam 75 dias para entrega, então nosso prazo de 90 dias é considerado normal para o setor”, explica Silva.

Novos equipamentos

As duas empresas aproveitaram a Paving Expo para expor dois lançamentos exclusivos para a feira, que são:

LX 7001 da Lintec-Ixon:

Equipamento tem capacidade para até 70 t/h e traz como principal característica a mobilidade, podendo ser engatada no cavalo de um caminhão. Ela foi desenvolvida em um único chassi com toda a tancagem, o que é considerado uma inovação pela fabricante. Outra característica é a possibilidade de atuar em projetos de diferentes tamanhos, sendo ideal para obras rápidas. A LX 7001 tem controle automatizado e tanque para CAP e combustível com sistema de aquecimento integrado.

UAM 40/60 da Margui:

A usina pavimentadora da Margui também é móvel e atua em produções de 40 t/h ou 60 t/h, trazendo versatilidade para a obra. Ela é do tipo contrafluxo e também é montada sobre um único chassi, com misturador externo de eixo duplo, controle automático e manual da produção. Também há controles de temperatura e filtragem dos gases, com tanque de CAP e de combustível.