Alterações no Casa Verde e Amarela podem ressuscitar programa

Redação – 21.07.2022 – Construtora aponta extensão do prazo dos financiamentos do programa como a salvação 

O Senado Federal aprovou alterações estruturais no Programa Casa e Verde Amarela, que ainda dependem de sanção do presidente Jair Bolsonaro. Dentre as alterações, estão a extensão do prazo dos financiamentos do programa – hoje de 30 anos – para 35 e a liberação do FGTS para o pagamento de parcelas do financiamento, uma espécie de consignado do FGTS. 

Segundo Cecília Cavazani, co-CEO da Cavazani Construtora, a ideia é ampliar o poder de repasse dos preços para as construtoras e incorporadoras por conta da inflação e pode ser a salvação do programa. Com as duas alterações, será possível facilitar a condição de pagamento para o cliente comprador. 

“Primeiramente, o aumento do prazo máximo em 60 meses, proporciona, no geral, uma diminuição na parcela”, explica, lembrando que a diminuição cria uma margem para que o cliente aumente um pouco o seu financiamento. No final das contas, o cliente financiaria um valor maior pagando a mesma parcela que pagaria anteriormente, pagando-a por mais tempo”, afirma. 

Já o FGTS surge como forma de abater mensalmente parte da parcela. “Essa alteração aumentaria o comprometimento de renda do cliente de 30% para aproximadamente 38%, a depender do FGTS mensal”, diz. 

Ela explica que todo financiamento da Caixa parte inicialmente da capacidade de pagamento do cliente para o quanto ele poderia financiar com aquele pagamento mensal. Sendo assim, com a capacidade de pagamento fixada em 38% de sua renda mensal, o cliente teria condições de aumentar ainda mais o valor do financiamento desejado.” 

Vantagens para clientes e construtoras 

Cecília destaca ainda a vantagem para se financiar mais. Para clientes, a maior capacidade de financiamento significa uma entrada menor na unidade desejada. Lembrando que o saldo já existente do FGTS pode ser utilizado para abatimento da entrada e os depósitos mensais seriam utilizados para abatimento nas parcelas. 

Já para as construtoras, a maior capacidade de financiamento dá margem para algum tipo de reajuste nos valores das unidades que foram basicamente consumidos pelos aumentos dos insumos dos últimos anos. “Unidas, essas alterações podem dar uma esperança ao programa Casa Verde e Amarela que vinha definhando, com os aumentos dos insumos que vem consumindo os lucros das incorporadoras”, conclui.