Como a energia solar se tornou a 3ª maior fonte da matriz energética do Brasil

Redação – 06.10.2022 – Especialista comenta fatores que corroboram para que a energia solar permaneça em crescimento contínuo desde que passou a ser adotada no país, em 2012 

Em 2022, a energia solar se consolidou como a terceira fonte mais representativa da matriz elétrica do Brasil – à frente até das termelétricas movidas a gás natural e biomassa, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A tecnologia que transforma a luz do sol em energia elétrica representa 8,1% da matriz, atrás apenas da hídrica (53,9%) e da eólica (10,8%). A capacidade instalada de usinas fotovoltaicas no País chega a 16,4 gigawatts (GW). 

O resultado não chega a ser uma surpresa, visto que o acesso às células fotovoltaicas foi barateando ao longo dos anos. Mas não é apenas isso. Thomas Henrique Knoch, CEO da Solar Vale, companhia catarinense especializada em energia fotovoltaica, diz que uma soma de fatores tem contribuído para a popularização da energia solar. A começar pela redução na conta de luz. 

O primeiro deles é o descompasso entre a demanda e a geração de energia elétrica, que tem afetado cada vez mais o bolso do consumidor e deixado novas fontes de energia mais atrativas. Além disso, ele lembra que há linhas de crédito para facilitar o acesso a fotocélulas, que chegam ao ponto em que algumas permitem até que o consumidor possa trocar a conta de luz pela parcela do financiamento. 

Knoch destaca, ainda, que a recente aprovação do Marco Legal da Geração Distribuída tem impulsionado um aumento significativo da quantidade de consumidores em busca da aprovação de projetos para instalação de placas solares nas indústrias, comércios e residências. 

“Quem quer aproveitar a isenção das taxas previstas por mais 23 anos, tem até o dia 6 de janeiro para adotar esse modelo de energia. Essa notícia gerou uma verdadeira ‘corrida do ouro’ e acelerou bastante os negócios”, diz ele. 

Demanda promete crescer mais 

Segundo a Absolar, o Brasil é líder na América Latina na geração de energia solar e tem grande potencial de crescimento para as próximas décadas. O CEO da Solar Vale entende que o movimento é bom para o desenvolvimento econômico e proteção ambiental. “Quanto mais os brasileiros optarem por outras fontes, maior é a diversificação dos modelos de fornecimento de energia elétrica, maior a preservação dos recursos hídricos e menor é o gasto”, comenta Knoch.  

Ainda segundo dados da Absolar, a geração de energia solar já evitou a emissão de 23,6 milhões de toneladas de gás carbônico para a geração de eletricidade, desde 2012. No campo econômico, a entidade estima que o setor gerou mais de R$ 86 bilhões em investimentos. Além de R$ 22,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e cerca de meio milhão de empregos no acumulado da última década.