Data center como serviço pode ser uma estratégia para ISPs entrarem no setor corporativo

Redação – 16.11.2022 – Rodrigo Guercio, da Positivo Servers & Solutions, diz que o edge computing abre espaço para ISPs atacarem uma necessidade do mercado corporativo
Rodrigo Guercio, vice-presidente de Mercado Corporativo da Positivo Tecnologia (foto: divulgação).

A ideia central da edge computing é trazer o processamento de dados para o mais perto possível de onde os dados precisam ser utilizados. Essa premissa exige que as empresas tenham servidores próximos da aplicação, que pode ser uma colheitadeira autônoma, por exemplo. Pensando do ponto de vista pragmático, um produtor rural poderia simplesmente adquirir o servidor mais adequado e montar um pequeno data center em sua propriedade. Mas é possível criar um novo modelo de negócio que seja mais interessante para o mercado e para o próprio produtor: o provedor de Internet (ISP) pode oferecer esse processamento como serviço.

Segundo Rodrigo Guercio, vice-presidente de Mercado Corporativo da Positivo Tecnologia, os ISPs podem se aproveitar de sua infraestrutura distribuída – as redes de fibra óptica – para espalhar esses servidores de borda. E ao invés de simplesmente vendê-los para os clientes como uma revenda, ele pode explorar isso como um serviço. O ISP, então, poderia cobrar não só pela conectividade, mas pelo tráfego ou coleta de dados nesse servidor.

Apesar de usar o setor do agronegócio como exemplo, Rodrigo diz que diversas indústrias vão precisar de edge computing para trazer mais agilidade no processamento de dados. Isso porque não é possível utilizar a computação em nuvem tradicional, já que os data centers do Google ou da Amazon ficam muito distantes da onde o dado é gerado. Acaba sendo inviável devido a latência, o tempo entre a saída de um pacote de dados da sua máquina e o início da resposta no servidor de destino.

Indústrias como mineração, energia, óleo e gás, entre outras, que estão passando por intensa digitalização e automatizando operações consideradas críticas, não podem ter um tempo de resposta tão longo assim. Por isso, Rodrigo aponta elas como os setores potenciais para esse tipo de oferta.

Onde vai ficar o servidor e como conectá-lo

Os servidores para computação de borda são resistentes às intempéries climáticas (foto: divulgação Positivo Servers & Solutions).

Rodrigo explica que a tecnologia de servidores evoluiu muito, o que significa que ela também ficou menor. Hoje, é possível ter servidores com tudo o quanto é necessário do tamanho de um notebook, por exemplo. Isso permite que um ISP monte um pequeno data center no cliente, consumindo pouca energia e não precisando de sistemas de refrigeração.

Além disso, a própria Positivo Servers & Solutions conta com produtos capazes de ser instalados em postes, sendo resistentes a temperaturas que vão de -30 C° até 50° C, além de resistirem a intempéries como chuva e vento.

A questão maior é a conectividade. Tendo em vista que eles vão precisar se conectar a dispositivos remotos, a conexão terá que ser 5G ou Wi-Fi 6. “Já existem arquiteturas de rede de próxima geração que unificam o melhor do Wi-Fi com o melhor do 5G, combinando a potência de banda das duas tecnologias para se ter uma performance otimizada”, explica Rodrigo.

Ele lembra que o Wi-Fi 6 já está se massificando no Brasil, enquanto o 5G ganha espaço conforme avança o plano de ativação das operadoras com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “Eu apostaria que esses dois padrões combinados vão dar para o cliente final a melhor experiência de usabilidade e conectividade”, afirma.

Positivo Servers & Solutions já conta com servidores prontos para edge

A Positivo Servers & Solutions conta com uma parceria de OEM com a Supermicro para produção de servidores edge no Brasil. Entre os destaques, estão os modelos SuperServer E100-12T-E e o SuperServer E403-9D-16C-IPD2. O primeiro é um servidor compacto de uso geral, com volume de apenas 11 litros, que pode ser instalado em ambientes com condições extremas de temperatura (-30 ºC a 50 ºC), exposto a vibração e alta umidade, sendo indicado para ambientes industriais e aplicações de Internet das Coisas (IoT).

Já o segundo tem aplicação específica e formato desenvolvido para instalação diretamente na estrutura das antenas 5G. Por isso, conta com um chassi robustecido e com grau de proteção IP65, que permite instalação em ambientes externos e exposto a intempéries, como chuva e poeira. Além disso, tem suporte à instalação de múltiplas interfaces de rede para acesso a redes de alta velocidade, e a instalação de até 3 GPUs ou FPGAs para aceleração por hardware.

Segundo Ana Paula Daufenbach, gerente de Produtos e Desenvolvimento da Positivo Servers & Solutions, os investimentos em computação de borda deverão se intensificar significativamente nos próximos anos. A expectativa é que o 5G acelere o avanço da transformação digital no Brasil, contribuindo para a integração de diferentes tecnologias que incluem inteligência artificial, robótica, automação, Indústria 4.0, IoT e Cidades Inteligentes, com foco no aumento da competitividade e eficiência das empresas. Com isso, a necessidade de diminuir a latência de conexão aumenta, abrindo mercado para a edge computing e seus servidores.