Como funcionam as antenas 5G?

Redação – 15.12.2022 – Instaladas em maior quantidade e ainda mais próximas dos usuários, as antenas da nova geração das redes móveis levantam dúvidas 

Segundo números da Conexis Brasil Digital, entidade que representa as operadoras de telecomunicação, o Brasil precisa de uma quantidade de antenas 5G de cinco a 10 vezes maior que a que dispõe hoje. O número chegaria até 1 milhão de sites 5G. Isso porque as frequências trabalhadas pelo 5G não tem grande alcance, o que exige mais equipamentos para atingir mais pontos. 

Em linhas gerais, a infraestrutura 5G é composta por micro e macro antenas com recursos e tecnologia de ponta, o que vai requerer quantidades significativas de fibra óptica para interligar uma rede totalmente nova e segregada das anteriores. Além da maior quantidade, as antenas estarão separadas a apenas centenas de metros (e não mais quilômetros) uma das outras. 

De acordo com Cleber Petinelli, gerente comercial da unidade de negócios em telecomunicações do Grupo Prysmian, para atingir este nível de desempenho utilizando frequências menos abrangentes, as antenas 5G precisam ser colocadas muito mais próximas umas das outras para garantir a cobertura.  

O que é uma antena 5G? 

Uma antena 5G é composta, basicamente, por uma torre com um transmissor de rádio na ponta. Ela pertence ou é operada pelo proprietário da rede, ou seja, as operadoras e provedores que venceram o leilão das frequências da nova tecnologia. 

A estrutura tem até 60 metros de altura, o que é comparável a uma torre de controle em aeroportos ou a um prédio de 20 andares. Em algumas partes da Europa, no entanto, elas são limitadas a 50 pés de altura, cerca de 15 metros. 

São semelhantes às do 3G e 4G e estas tecnologias podem, inclusive, compartilhar a mesma torre. A diferença é que as aplicações mais avançadas do 5G requerem uma largura de banda muito ampla e conectividade constante, daí a necessidade de fibra óptica para conectá-las. 

Qual é o impacto das antenas 5G à saúde das pessoas? 

A maior densidade de antenas necessária para viabilizar as redes 5G desperta preocupações sobre o possível impacto delas à saúde das pessoas. A construção das torres 5G já foi contestada no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, por exemplo. 

Os questionamentos partem da preocupação com o uso de frequências de banda mais altas, bem como o maior número de pontos de acesso, o que supostamente tornaria o 5G prejudicial às pessoas. A Prysmian aponta que há receios quanto aos níveis de radiofrequência e radiação eletromagnética emitidos por telefones celulares e torres de telefonia móvel. Mesmo que baixos, eles supostamente poderiam aumentar o risco de câncer e contribuir para demência, infertilidade e autismo. 

Estudos científicos têm comprovado que não há razões concretas para nos preocupar. Em março de 2020, a Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP, na sigla inglês), órgão científico sediado na Alemanha que avalia os riscos à saúde pelas transmissões de rádio, afirmou categoricamente que o 5G é seguro. 

E, em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o uso de telefones celulares não causava efeitos adversos à saúde por conta da radiação eletromagnética envolvida no uso e funcionamento dos aparelhos.