Setor de cimentos começa 2023 em alta

Redação – 10.02.2023 – Houve aumento nas vendas por tonelada e por dia útil, mas setor pede cautela 

As vendas de cimento chegaram a 4,9 milhões de toneladas em janeiro, um aumento de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2022 e de 7,9% frente a dezembro último, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). 

A venda de cimento por dia útil – que considera o número de dias trabalhados e tem forte influência no consumo – de 201 mil toneladas no mês de janeiro representa um aumento de 2,4%, comparado ao mesmo mês do ano anterior, e de 8,1% em relação a dezembro de 2022.

A indústria do cimento também mostra otimismo com a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura, trazendo a possibilidade de elevar a presença do cimento em programas habitacionais, de saneamento e do pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas, estradas e rodovias.

Também há uma efetiva movimentação da equipe governamental incorporando novos modelos arquitetônicos e recursos destinados a impulsionar o programa Minha Casa, Minha Vida. De qualquer forma, o reflexo dessas mudanças deve ser sentido na demanda de cimento e de materiais de construção apenas no segundo semestre, aponta o SNIC. 

Setor está cauteloso com crescimento 

Apesar do bom desempenho, o resultado de janeiro requer uma avaliação cautelosa. O SNIC diz que o crescimento tem como principal origem uma base ainda bastante fraca registrada tanto em janeiro como dezembro, que tiveram os piores desempenhos do ano passado. 

Por isso, o entendimento é que o setor seguirá impactado pelas incertezas da situação econômica do Brasil. As altas da inflação e dos juros, o endividamento das famílias – que só deve se alterar com a sustentação da recuperação do mercado de trabalho – apontam para um horizonte ainda preocupante. 

Outros dados preocupam, já que o mercado da construção continua em queda, tanto na venda de materiais quanto no número de financiamentos imobiliários. Isso contribuiu para que o índice de confiança do setor registrasse a quarta queda consecutiva. O pessimismo também é verificado pelo consumidor, que permanece reduzindo as intenções de compras para os próximos meses.