Estudo aponta 528 startups do setor portuário no mundo, mas potencial da área tem espaço para mais

Redação – 02.03.2023 – Wilson Sons, que patrocinou o estudo considera que o número de startups no setor ainda é pequeno frente a relevância e o potencial do setor 

Existem hoje, em todo o mundo, 528 startups no setor marítimo e portuário ou com soluções que atendam diretamente a demandas dessa indústria, distribuídas por 45 países em cinco continentes. O dado é de um estudo realizado pela Wilson Sons, operadora de logística marítima e portuária, com apoio do Cubo Maritime & Port, iniciativa do Cubo Itaú 

Os Estados Unidos são o líder do ranking, com 81 startups, seguidos de Israel, com 67. O Brasil fica em oitavo lugar, com 22 startups, e à frente de países como França (19), Espanha (17) e Noruega (12). O estudo também aponta que existem cerca de 20 ecossistemas de inovação dedicados ao tema espalhados por todos os continentes. 

A maioria das empresas mapeadas pelo estudo oferece soluções para gestão e monitoramento de frota (155). Em segundo lugar vêm aquelas que apoiam frete e comércio internacional (147). Outras quatro categorias foram identificadas: serviços especializados (93), gestão de portos e terminais (64), ciber segurança e sustentabilidade (50) e construção e manutenção naval (18). 

Sobre as tecnologias, o destaque é o Big Data, com 214 startups (mais de 40%). Ele é aplicado em manutenção preditiva, otimização de rotas, gestão de documentos, automatização de operações e construção de embarcações. 

Depois, com 85 startups no total, estão a Inteligência Artificial, que é utilizada para a otimização da programação de navios pelas empresas de navegação, e o Machine Learning, um subconjunto de IA, para prever o consumo de combustível e traçar rotas ideais para as embarcações. 

Internet das Coisas, Sensores e Monitoramento (83) podem ser usados para prever o consumo de combustível e traçar rotas ideais para as embarcações. Além desses foram identificados, no ranking de Tech Clusters, Robótica & Drones (42 startups), Blockchain (20) e Realidade Virtual & Realidade Aumentada (12).  

A maioria das empresas mapeadas pelo estudo oferece soluções para gestão e monitoramento de frota (155). Em segundo lugar vêm aquelas (147) que apoiam frete e comércio internacional. Outras quatro categorias foram identificadas: serviços especializados (93), gestão de portos e terminais (64), ciber segurança e sustentabilidade (50) e construção e manutenção naval (18). 

Potencial do setor permite mais startups 

A Wilson Sons considera que o número de startups no setor ainda é pequeno frente a relevância e o potencial do setor. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) indicam que entre 80% e 90% do comércio global são feitos pelo modal aquaviário, enquanto os produtos transportados somam cerca de US$ 5 trilhões em valor agregado. 

Como toda a economia, o setor também tem passado por uma intensa digitalização, o que causa a proliferação de ship techs (startups especializadas no setor). A maior dependência da captura e compartilhamento de dados, bem como a automatização das operações, também estão impactando o setor. Além disso, há a questão da descarbonização e de regulações sobre o assunto. 

A Wilson Sons entende que o momento é inédito no setor e que a adoção de novas tecnologias vai permitir que as operações em portos se tornem mais eficientes, bem como o transporte aquaviário. A companhia entende que é necessário aproveitar esse momento par promover o desenvolvimento de startups e soluções que atendam o setor. 

Para fortalecer a agenda de inovação no setor, em 2022, o Cubo Itaú, hub que reúne diversas startups, uniu esforços com a Wilson Sons, o Porto do Açu, a Hidrovias do Brasil e a Radix, para lançar uma iniciativa para incentivar o setor. 

A Wilson Sons também é investidora minoritária em três startups, detentoras de tecnologias e soluções relevantes para a transformação digital de nossa indústria. A israelense DockTech (faz mapeamento do leito dos portos para tornar mais eficientes a navegação e a dragagem), a brasileira Argonáutica (com a ferramenta de calado dinâmico otimiza a carga dos navios e a atracação nos terminais) e a britânica AlDrivers (conversão de veículos e maquinários convencionais, como caminhões, em equipamentos autônomos).