ABB tem planos de construir planta de hidrogênio verde no Ceará

Redação – 08.03.2023 – Empresa já assinou memorando de entendimento com o governo estadual e vai buscar parcerias para colocar o projeto de pé 

A ABB assinou um memorando de entendimento com o Governo do Ceará para o desenvolvimento de um hub para produção de hidrogênio verde no estado. Com a oficialização da parceria, a ABB vai buscar parceiros tecnológicos de empresas e instituições envolvidas no desenvolvimento desse projeto que inclui o Complexo Portuário do Pecém, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza. 

A participação da ABB no Hub do Hidrogênio Verde começa com estudos de viabilidade técnica para construção da planta de produção. Referência em equipamentos tanto para geração de energia elétrica quanto para otimização do consumo energético, a multinacional também entra com ativos e tecnologias para ajudar a produzir hidrogênio verde, que requer extraordinárias quantidades de energia, a custos mais competitivos. 

A ABB pode usar suas soluções independentemente da fonte elétrica que será utilizada para a produção do hidrogênio verde, seja solar, eólica, biomassa ou hídrica. A empresa também espera aproveitar seus sistemas conectados ao Centro de Controle Remoto, instalado na sede da empresa em São Paulo, para gerar diagnósticos e relatórios técnicos periódicos. A adoção dessas tecnologias pode otimizar e reduzir o custo de produção. 

A intenção dos parceiros do Hub de Hidrogênio Verde é posicionar o Brasil como um produtor, exportador e distribuidor em escala global. É sabido que o país tem condições para ser protagonista no mercado global, e o assunto ganhou tração com o anúncio do plano trienal (2023-2025) do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2) pelo Ministério de Minas e Energia, em dezembro. 

O Brasil é um dos países que mais produzem energia renovável no mundo, graças a matriz hídrica, e, segundo projeções da Bloomberg NEF, é um dos poucos que pode oferecer hidrogênio verde com o menor custo do globo, a US$ 0,55 por quilo até 2050. 

Nordeste como polo de hidrogênio verde 

No Ceará, as condições para produção e exportação são igualmente favoráveis: alta capacidade para geração de energia eólica e solar (potencial energético das duas fontes: 1.363.2 TWh/ano), localização estratégica do Complexo do Pecém, disponibilidade de área para construção de hub, disponibilização de água através de dessalinização. 

Um projeto parecido também está sendo conduzido no Rio Grande do Norte, pela Voltalia. O Projeto Porto-Indústria, como está sendo chamado, está inserido no Programa Norte Rio Grandense para o Hidrogênio Verde. A intenção é que a Voltalia desenvolva e instale a planta de hidrogênio verde e derivados, que devem ser oferecidos tanto para o mercado interno quanto para empresas internacionais. 

De acordo com estudos da Agência Internacional de Energia, a substituição do hidrogênio derivado da queima de combustíveis fósseis pelo hidrogênio verde, obtido a partir de energia renovável, poderia poupar a emissão de 830 milhões de toneladas de carbono por ano. Para que o Brasil se destaque nesse setor, no entanto, é preciso acelerar na implementação de regulamentações e normas, segundo a ABB.