Sem governança, não há como ser ESG

Redação – 09.05.2023 – Em novo episódio do podcast e videocast Futuro Sustentável, especialistas explicam a importância do G, de governança, em ESG 

Entre os pilares de programas de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês), a letra G merece atenção. Foi o que mostrou o segundo episódio da série Futuro Sustentável, produzido pela plataforma InfraDigital e com apoio da SAP.

Gláucia Terreo, sócia-diretora do Walk4Good, explicou que não existe uma receita de bolo para a implementação de uma iniciativa ESG, mas há exemplos. “Durante meus 20 anos de trabalho nessa área, eu já vi as empresas começarem a criar a área de responsabilidade social, depois a área de sustentabilidade, depois a área de relato integrado. Enfim, vão criando áreas e vão mudando o nome dessas áreas, mas sempre o objetivo foi trabalhar esse tema”, diz

Antes, segundo ela, as necessidades dessas áreas não subiam para a estratégia das empresas. Os responsáveis pelas tomadas de decisão enxergavam que uma área de sustentabilidade era necessária porque “todo mundo tem” e não porque era uma questão primordial aos negócios.

Glaucia reflete que a pandemia mudou a visão de muitas empresas, que passaram a perceber a pauta como uma questão econômica, com relevância no desempenho financeiro. O resultado foi o maior envolvimento da gestão das organizações nos preceitos ESG, o que passa necessariamente por ampliar a governança.

Sem governança, não há ESG

A governança não pode ser vista apenas como uma questão de compliance. A especialista indica que cabe a essa área criar uma estrutura de gestão da informação para gerir os resultados e iniciativas ambiental (E) e social (S). “É essa estrutura que vai permitir que a governança (G) possa tomar uma decisão fundamentada”, afirma Gláucia.

O envolvimento da alta gestão, segundo ela, é fundamental para a execução de programas ESG. “Muitas empresas já seguem esse caminho, como a Dexco (antiga Duratex), SulAmérica e Suzano”, conta.

A SAP, inclusive, conta com uma plataforma para ajudar a estruturar esses dados, a SAP Cloud for Sustainable Enterprises. Gustavo Conrado, CFO da SAP Brasil, explica que a plataforma auxilia empresas a criarem um framework para cada pilar do ESG, de acordo com as características de cada cliente (tamanho, área de atuação, etc.).

Gláucia intervém sobre a importância da digitalização de processos de ESG. “Por enquanto, eu vejo muitas empresas trabalhando na área de sustentabilidade naquele caos de Excel para lá, Word para cá”, comenta. Além de tornar a gestão da informação mais burocrática, se perde eficiência. “Hoje, a velocidade dos negócios exige que você tenha informações on demand. Encalhou um navio ou vai estourar uma guerra? Você tem de ter um sistema que já avise que vai ter problema no fornecimento de insumos”, exemplifica.

https://youtu.be/8J6DKj6Blp4