Goiás bate recorde de movimentação de carga aérea com 15 mil toneladas

Redação – 19.07.2023 – Com localização geográfica no centro do País, empresários goianos apostam que região metropolitana de Goiânia pode ser um hub logístico do Brasil 

Em 2022, Goiás registrou a sua maior movimentação de transporte aéreo de cargas e correios dentro da série histórica, iniciada em 2000 pelo Painel CNT do Transporte, levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Segundo o estudo, foram 8.204 toneladas de itens transportados tendo o estado como destino, e outros 7.062 toneladas com Goiás como origem, o que totaliza um volume de 15.264 toneladas de mercadorias recebidas e emitidas por via aérea.  

O estado recebeu, por via aérea, 22,38% toneladas de carga a mais que em 2021. Já em relação às cargas que tiveram o estado como origem, essa variação entre 2022 e 2021 foi de 33,1%. Foi um recorde histórico no volume transportado foi registrado tanto no que veio para o estado, quanto no que saiu de Goiás.  

Goiás segue uma tendência nacional, já que, também em 2022, o Brasil registrou o seu maior volume da história de cargas movimentadas pelo modal aéreo, atingindo o valor de 1.421 milhões de toneladas. 

Apesar de quebrar recordes, o transporte aéreo de cargas ainda representa apenas 0,05% do total de TKUs [Toneladas por quilômetro útil] movimentados em todo o País, ao passo que o transporte rodoviário corresponde a mais de 60%. 

Expectativa é de melhora no futuro 

Mesmo que a participação da aviação no transporte de cargas ainda seja tímida no País, o significativo salto da quantidade de toneladas transportadas nos últimos anos é uma indicação de que a aviação de carga é próspera. A avaliação é de Rodrigo Neiva, um dos sócios-empreendedores do Antares Polo Aeronáutico, aeroporto de negócios que está em construção na cidade de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital goiana. 

“O transporte de cargas pelo modal aéreo, em comparação com o rodoviário, possui uma velocidade de entrega bem maior, muito mais segurança e uma possibilidade de servir regiões mais remotas, o que num país de proporções continentais como o nosso é fundamental”, argumenta o empresário. 

Com o início de suas operações previsto para o fim de 2024, o empreendimento que está em construção numa área de 209 hectares traz o conceito de aeroporto de negócio, além de uma moderna pista e terminal de operações, que terão condições de receber operações de aeronaves de todos os portes, de pequenos monomotores e helicópteros à aviões como um Boeing 737-800. 

Para além da vocação para a logística, Rodrigo Neiva lembra que Goiás, com o início das operações do Antares, pode também aquecer um segmento da aviação que por anos ficou esquecido e agora, com recentes mudanças na legislação, pode voltar a ganhar força, o da aviação regional. 

“Hoje, já é possível que aeródromos menores recebam voos comerciais interestaduais ou  interregionais. Estando no centro do País, podemos ser um importante ponto de conectividade para essas operações aéreas menores”, explica Neiva. 

O empresário lembra ainda, que num país de dimensões continentais como o Brasil, onde ainda é grande a existência de áreas remotas, o desenvolvimento da aviação regional se apresenta como uma importante ferramenta de integração nacional.