Google Glass no mercado agrícola?

Da Redação – 18.08.2017 –

Sim, a tradicional fabricante de equipamentos para o setor, a filial brasileira da AGCO usa os óculos diferenciados na unidade industrial de Canoas (RS)

A planta gaúcha da AGCO recebeu uma série de investimentos para otimizar a fabricação de máquinas agrícolas, inclusive a adoção do Google Glass. Os óculos fazem parte, na verdade, de um pacote de R$ 36 milhões aplicado na unidade. A pergunta é como isso funciona na prática. Vamos lá: o Google Glass é usado na etapa de verificação de monoblocos, estrutura que engloba os eixos dianteiro e traseiro, transmissão e motor. Com eles, o inspetor de qualidade consegue visualizar o que deve ser verificado na máquina por meio de informações, tarefas e fotos que aparecem na tela acima do campo de visão, facilitando a execução da operação.

“Comprovamos que os óculos trazem maior controle de qualidade e facilidade no acesso a informações. Se antes o funcionário tinha que ficar andando entre o computador e o componente, agora ele pode realizar toda a tarefa de uma vez, com ambas as mãos livres”, resume Guilherme Pinto, diretor de manufatura da unidade AGCO Canoas, da AGCO América do Sul. Segundo Pinto, o Google Glass permite ainda fotografar os componentes e enviar os registros, em tempo real, aos engenheiros de qualidade.

Em 2015, os óculos começaram a ser implantados pela planta da AGCO em Jackson (EUA), em parceria com o Google, que desenvolvia uma nova versão dos equipamentos anteriormente lançados para o público geral. O Google Glass Enterprise Edition, resultado da união, é mais resistente para substituir os óculos de segurança obrigatórios em ambientes fabris, além de oferecer bateria com capacidade superior para atuar ao longo de toda a jornada de trabalho. Lá, já foram registradas reduções de 30% no tempo de inspeção, 25% no tempo de produção e 50% no tempo de treinamento de novos funcionários.

As tarefas desempenhadas pelos óculos são desenvolvidas sob medida, juntamente com a empresa Proceedix, licenciada oficialmente para o projeto Google Glass Enterprise Edition. Dessa forma, a AGCO pode incorporar melhorias e alterações nos processos segundo o feedback dos funcionários. A fábrica americana em Jackson já conta com mais de 200 pares em uso, substituindo tablets e computadores utilizados até então.

No Brasil, a iniciativa funciona em fase de testes, com três unidades dos óculos, com perspectivas de expansão no próximo ano. “Até o final de 2017, o projeto-piloto irá passar por diversas áreas da empresa, para que possamos identificar as melhores oportunidades. Ao menos dez funcionários devem utilizar o Google Glass em operações diferentes da manufatura, mas pretendemos adotar os óculos de forma definitiva em 2018”, explica Pinto.