Leilão inédito terá somente energia gerada por resíduos sólidos

Redação – 14.06.2021 – Pela primeira vez projetos serão direcionados para o mercado cativo de empreendimentos que efetuam o tratamento térmico desse tipo

O leilão de energia nova A-5 está previsto para acontecer em setembro deste ano e terá projetos de geração de energia por meio de resíduos sólidos urbanos (RSU). É a primeira vez que um leilão para suprimento do mercado regulado terá entre as fontes energéticas esse tipo de energia. A informação é da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren).

A entidade é a uma associação responsável pela venda de energia gerada nas usinas de recuperação energética de RSU. Neste certame foram cadastrados 315 MW de potência instalada de empreendimentos que efetuam o tratamento térmico dos materiais. Estão inscritos no certame 12 projetos, distribuídos nos estados de São Paulo (254 MW), Rio de Janeiro (31 MW) e Paraná (30 MW). Desses, a Abren tem conhecimento que três projetos  estão licenciados, sendo dois na Região Metropolitana de São Paulo e um no Rio de Janeiro, sendo que a disputa deste tipo de energia no leilão será realizada entre projetos similares.

Segundo a associação, os leilões são indispensáveis para o financiamento de projetos de recuperação energética de grande porte, (waste-to-energy – WTE), sob a modalidade project finance. Outro dado da entidade mostra que os 13 países com uma taxa tratamento de RSU via recuperação energética superior a 25% estão também entre os 16 primeiros no Índice de Saúde e Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial. A instalação de tais usinas permite, portanto, incomensuráveis benefícios à saúde da população.

Já os estudos da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), indicam que o custo do atendimento médico à população afetada é calculado entre 10 e 20 R$/T de RSU, o equivalente a uma média de 75 R$/t. Somente nas 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes, seria possível economizar cerca de R$ 2,4 bilhões por ano, ou R$ 72 bilhões em 30 anos na saúde pública.

A Abren defende a utilização da recuperação energética como alternativa aos aterros sanitários existentes, e a imediata implementação de aterros sanitários nos locais em que existem lixões e aterros controlados. Logo, os aterros sanitários são importantes neste momento de transição, mas jamais podem ser encarados como solução definitiva.