Preço elevado dos caminhões exige criatividade na renovação de frota das transportadoras

Redação – 27.05.2022 – Operadora logística acabou se adaptando e opta por fazer manutenções em veículos

Segundo dados da Agência AutoData, os caminhões apresentaram uma alta de 10% nos preços desde o início de 2020. A situação representa um desafio para as empresas que buscam a renovação da frota de suas empresas e muitas transportadoras preferem focar na manutenção dos caminhões a fim de aumentar sua vida útil. Mas é preciso encontrar um equilíbrio entre manter um veículo antigo e comprar um outro, segundo Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística.

Em sua empresa, ele decidiu fazer uma conta em que dobra-se a quilometragem de caminhões mais velhos ao mesmo tempo em que se aumenta o investimento nele em vez de comprar um novo. Ele lembra, no entanto, que os gastos são impulsionados por despesas indiretas, como o socorro mecânico, o guincho, o retorno do motorista, sem contar nos desperdícios de recursos por causa de paradas e de mão de obra.

Na opinião de Marcel, essa é uma das etapas do processo que mais trazem prejuízos para as empresas. “O caro da manutenção chama-se trem de força, que é o motor, o câmbio e o diferencial.” Além disso, para a diminuição do problema, certos pontos que vêm junto dos veículos novos são observados na compra, como a parte elétrica, o chicote do caminhão e o custo de remuneração de capital investido em um carro zero.

Outro ponto importante é que alguns embarcadores aceitam caminhões com até 10 anos de idade. Se o veículo estiver perto dessa data limite, a troca é praticamente obrigatória.

Manutenção ainda é melhor opção

Dentro da sua empresa, Zorzin implementou um sistema que mudou toda a composição dos caminhões da frota da empresa. “Há três anos implementamos um projeto em que os nossos caminhões possuem uma média de cinco anos para veículos ‘trator’, que têm a mesma faixa etária”, explica.

Entretanto, segundo o diretor operacional da Zorzin Logística, a manutenção ainda é a melhor escolha: são necessários R$ 30 mil para arrumar um motor, mas um caminhão novo custa cerca R$ 500 mil. E com um mercado tão volátil, com um medo implícito da volta da pandemia e com a instabilidade do ano de eleições, ele vê que agora não é uma boa ideia com a qual se comprometer.

“Falo que é melhor fazer a manutenção e utilizar o caminhão por mais dois ou três anos, até ver quando o mercado vai se acertar, ou se o frete conseguirá absorver o custo do aumento dos veículos, porque até agora não conseguiu”, conclui.