CLI adquire controle de terminais da Rumo no Porto de Santos

Redação – 22.07.2022 – Acordo de R$ 1,4 bilhão envolve dois dos maiores terminais de granéis sólidos no Porto de Santos

A Rumo vendeu o controle de dois dos maiores terminais de grãos e açúcar do complexo portuário santista para a CLI (Corredor Logística e Infraestrutura). A empresa adquiriu 80% dos terminais por R$ 1,4 bilhão e vai passar a operar os espaços em parceria com a Rumo. As empresas criaram a Elevações Portuárias S/A (EPSA), que será a companhia responsável pelos terminais 16 e 19 do Porto de Santos. 

O contrato irá viabilizar um investimento no terminal em torno de R$ 600 milhões para próximos anos, possibilitando um crescimento de mais de 20% em relação ao volume atual de grãos movimentado nos terminais. A parceria envolve apenas o T16 e o T19 e não inclui os demais terminais em que a Rumo permanece como sócia no porto de Santos: TXXXIX, TERMAG e TGG. 

CLI já tem experiência na área 

A CLI é uma das quatro operadoras do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) e tem experiência como operador independente (“bandeira branca”). O foco da empresa é em infraestrutura e logística portuária para o agronegócio, além de serviços de elevação. Com a compra dos terminais, a CLI passa das atuais 4 milhões para mais de 20 milhões de capacidade de elevação. 

O negócio está sendo viabilizado por meio de um aumento de capital na CLI, cujas ações são atualmente 100% detidas pela IG4 Capital (IG4). O aumento de capital, de mais de R$500 milhões, será subscrito no todo pelo Macquarie Infrastructure Partners V (MIP V), um fundo de infraestrutura com mandato para investir em ativos de infraestrutura nas Américas. 

O MIP V é gerido pela Macquarie Asset Management, divisão de gestão de fundos de investimento do banco australiano Macquarie, e maior investidor institucional em infraestrutura do mundo, incluindo investimentos nos setores de logística portuária e agricultura. 

Após o investimento, IG4 e MIP V compartilharão o controle da CLI, com 50% cada das ações ordinárias com direito a voto, que, por sua vez, controlará a EPSA com 80% das ações, permanecendo a Rumo com 20% das ações. 

Rumo passa a se concentrar em ferrovias 

O negócio foi uma forma da Rumo conseguir focar no negócio de logística ferroviária. A empresa concluiu as obras da Ferrovia Norte-Sul, batizada de Malha Central, e da primeira ferrovia estadual de Mato Grosso – cuja licença de instalação (LI) dos primeiros quilômetros foi recentemente emitida. 

A empresa tem quatro terminais em operação na Malha Central, sendo três em Goiás e um em Minas Gerais. Três deles pertencem a empresas parceiras, um formato considerado bem-sucedido pela Rumo e que está sendo replicado em Santos, com a CLI. 

Com o contrato assinado, o fechamento da operação está condicionado à aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), entre outras condições precedentes que são usuais neste tipo de transação.