Porto Ponta do Félix realiza a primeira reexportação de fertilizantes

Redação – 10.10.2022 – Nos próximos dias já estão programadas a reexportação de 24 mil toneladas para a Turquia 

O Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina (PR), realizou sua primeira reexportação de fertilizantes. Ao todo, foram reexportadas 17 mil toneladas do produto, na penúltima semana de setembro, com destino aos Estados Unidos. A carga, que estava armazenada em recinto alfandegado no terminal, desde o dia 23 de julho, veio do Egito. Devido ao grande volume do produto que foi importado para garantir a safra, bem como a queda registrada nas últimas semanas nos preços dos fertilizantes, principalmente fósforo e potássio, a reexportação foi considerada uma boa estratégia para o setor. 

O porto conta com um entreposto aduaneiro, possibilitando a suspensão do pagamento de tributos, sob controle fiscal e reduzindo custos nas movimentações em território nacional. Além disso, com a estratégia de reexportação, o produto não é nacionalizado. É como se a carga não tivesse entrado em solo brasileiro, já que o recinto alfandegado é considerado uma zona neutra. 

O Porto Ponta do Félix tem capacidade estática para armazenamento de até 320 mil toneladas, com estrutura operacional para a reexportação. Nos próximos dias já estão programadas a exportação 24 mil toneladas de fertilizantes para a Turquia. 

Consumo de fertilizantes 

O Brasil é o principal produtor mundial de soja e ocupa o topo do ranking dos países exportadores do grão. No Paraná, segundo produtor nacional, até o dia 3 de outubro, o plantio havia atingido 15% da área estimada com soja da safra 2022/23, segundo dados do Departamento de Economia Rural do Estado (Deral). Segundo dados da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, em agosto, foram descarregadas 773.771 mil toneladas de fertilizantes. 

O insumo é essencial para a agricultura e o Brasil depende de fornecedores estrangeiros para suprir a demanda, já que o País importa 85% do fertilizante usado nas lavouras. O Brasil ainda comprou um volume recorde de adubos este ano. A medida foi para garantir insumos suficientes para a expansão da área plantada diante dos temores de escassez por conta da guerra entre Ucrânia e Rússia, que é um importante fornecedor. 

Para se ter uma ideia, de janeiro a maio deste ano, a movimentação de fertilizantes pelos portos do Paraná, principal porta de entrada do produto no país, teve alta de 14%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Com tanto produto importado chega a faltar espaço para a armazenagem, o que abre espaço para novos mercados.