Biotecnologia ganha espaço na construção civil

Redação – 24.10.2022 – Produtos que utilizam bactérias e fungos em suas composições ou que podem ser reaproveitados em outros projetos reduzem o impacto ambiental nas obras 

A adoção de práticas sustentáveis e de biotecnologia está em alta na construção civil e os produtos que reduzem o impacto do setor sobre o meio ambiente têm ganhado cada vez mais espaço nos canteiros de obras. O bioconcreto tem se destacado, um produto que é produzido a partir de bactérias que se desenvolvem em cápsulas biodegradáveis. 

Entre outras vantagens, o bioconcreto tem a capacidade de auto reparar fissuras. Isso acontece a partir do calcário produzido no processo de digestão de oxigênio e lactato de cálcio por parte das bactérias presentes nas estruturas do insumo. 

No Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil são desenvolvidas outras soluções para a implementação da biotecnologia nos canteiros de obra, como o uso de Mush em substituição aos tradicionais isolamentos termoacústicos que utilizam lã de vidro, lã de rocha e isopor como matéria prima. 

As placas de mush são produzidas a partir de materiais descartados pela agroindústria, como serragem e bagaço de cana. Esses resíduos se fundem pelo desenvolvimento de fungos, que atuam como uma espécie de cola, dando formato às peças. 

Outra prática que vem ganhando destaque é a construção de overlay, que utilizam estruturas modulares. Elas garantem a reutilização de todo material empregado, sem a produção de resíduos e com uma redução significativa de custos. 

Os impactos na produção de materiais para a construção civil afetam diretamente o meio ambiente. Segundo pesquisa realizada pela ONU, 38% do gás carbônico na atmosfera é oriundo da construção civil, de acordo com a associação World Business Council for Sustainable Development, só a produção de cimento corresponde a 8% das emissões. O uso da biotecnologia pode ajudar a aliviar o impacto ambiental.