Ampliação de capacidade é um ponto crítico para Porto de Santos

Redação – 25.01.2023 – Porto de Santos movimentou 5 milhões de TEUs em 2022, chegando quase no limite para o processamento de contêineres, o que mostra necessidade de ampliação

O Porto de Santos registrou em 2022 a sua melhor marca histórica, movimentando 162,4 milhões de toneladas de carga – 10,5% a mais do que no ano anterior. Também houve recorde na movimentação de contêineres, que alcançou 5 milhões de TEUs (medida que equivale ao volume de um contêiner de 20 pés), 3,2% a mais do que em 2021 e 21% a mais do que em 2018.

No entanto, o porto paulista está quase no limite de sua capacidade para operações com contêineres, que é de 5,3 milhões de TEUs por ano. De acordo com a project44, plataforma de visibilidade de transporte de cargas em tempo real, a Autoridade Portuária de Santos (SPA), que gerencia o porto, afirma que está prevista a construção de um novo terminal, que deve possibilitar o processamento adicional de 2,3 milhões de TEUs por ano

A ampliação será fundamental se o desejo for aumentar a movimentação no Porto de Santos. Alguns índices já revelam a limitação do porto, como os aumentos expressivos do dwell time (tempo de permanência de contêineres carregados nos portos, à espera das viagens) registrados nos últimos dois anos nos embarques de produtos pelo Porto de Santos.

De acordo com a plataforma da project44, em julho de 2021 e em agosto de 2022 o dwell time para exportações por Santos chegou a dez dias e a oito dias, respectivamente. Normalmente, o índice médio é de cinco ou seis dias.

Na visão da project44, novos aportes no porto paulista podem evitar gargalos e acelerar os fluxos das operações. Em certos portos de estrutura mais moderna, os tempos de permanência para exportações costumam ficar em dois ou três dias, segundo a plataforma.

A situação do Porto de Santos, o maior do País, também gera o debate sobre possíveis privatizações de autoridades portuárias. O assunto ganhou força nas últimas semanas com as transições no Poder Executivo federal e nos governos de alguns Estados. Mas o novo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, já descartou a desestatização da SPA.

O novo ministro da Casa Civil, Rui Costa, no entanto, afirmou que não existe uma definição e que o assunto deve ser discutido. O comentário foi feito logo após um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Infraestrutura e novo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em 11 de janeiro.