81% das utilities preveem investimentos em IoT nos próximos cinco anos

Redação – 09.09.2022 – Relatório da Abinc mostra que empresas querem melhorar os serviços, combater perdas e furtos e reduzir custos

As utilities – empresas fornecedoras de serviços públicos de distribuição de energia (eletricidade e gás) e água – devem aumentar os investimentos em Internet das Coisas (IoT) nos próximos cinco anos, segundo a pesquisa “Panorama de IoT em Utilities”, da Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc). A maioria delas (81%) disseram ter previsão para iniciativas com a tecnologia até 2027.

Os investimentos na área na maioria das empresas nos últimos anos ainda estão bem tímidos, com mais do 70% dos entrevistados indicando investimentos anuais menores a R$ 15 milhões nos últimos três anos. No entanto, as perspectivas são boas. A maioria dos respondentes acredita que os investimentos em IoT nos próximos cinco anos crescerão acima do 10%.

A pesquisa também identificou a fase em qual cada uma das empresas se encontrava. Cerca de 70% das empresas respondentes estão em etapa de avaliação, projeto piloto ou de implementação, em relação às iniciativas de IoT. De acordo com o relatório, as principais dificuldades estão na integração de sistemas que envolvem o gerenciamento de soluções de vários fornecedores e os altos custos de equipamentos são os desafios mais frequentes.

No que diz respeito aos desafios decorrentes do marco regulatório, 62% das companhias entrevistadas apontam dificuldades para o reconhecimento dos investimentos da empresa. Por outro lado, 76% das empresas têm um plano de transformação digital, mas não de uma forma estruturada envolvendo toda a organização.

Por que investir em IoT?

Os resultados indicam também que cerca de 65% das companhias participantes têm como prioridade a melhora na qualidade de serviço, 59% o combate às perdas e furtos e 57% apontam a redução de custos operacionais.

Porém, ainda há uma ausência de planejamento e estratégia para implantação do IoT de forma estruturada. Cada vez mais as empresas são pressionadas a entregar qualidade de serviço demandada pelos clientes, o que pode impactar na qualidade dos projetos. Outro problema é que mais da metade das empresas consultadas ainda não possuem sistemas de treinamento e contratação adequados ao tamanho do desafio da implementação de IoT.

Cerca de 62% dos entrevistados indicam como principal indicador o nível de perdas técnicas, que as empresas utilizam para avaliar o business case. A partir disso, conclui-se que as empresas no Brasil possuem, dentro de seus planos de transformação, esse case para a implementação de IoT.

O que já tem sido feito

Em maio de 2021, a Sabesp implantou em São Paulo uma grande quantidade de hidrômetros inteligentes utilizando tecnologia IoT, introduzindo a telemedição do consumo de água para o transporte de dados sem fio por longas distâncias, permitindo que os dispositivos permaneçam em operação por pelo menos cinco anos sem trocar ou recarregar a bateria.

Para adoção dessas tecnologias, é importante levar em consideração um dos pilares fundamentais, que se trata da necessidade da cibersegurança. Além do mais, pode-se afirmar que a maioria das empresas têm consciência dos riscos e de tal necessidade. Isso se confirma através dos 67% dos entrevistados que indicaram os requisitos de segurança como um fator importante na maior parte ou todas as iniciativas de IoT.

Metodologia

Panorama de IoT em Utilities é o primeiro relatório da Abinc que tem como objetivo entender a situação do uso de IoT em empresas brasileiras de saneamento, distribuidoras de energia elétrica e gás encanado. Por esse motivo, no momento não há dados anteriores para comparação.

Para tal propósito, foi desenhada uma enquete on-line com perguntas fechadas de múltipla escolha e relacionadas com casos de uso de IoT, tecnologias, alinhamento organizacional, alavancas, desafios, estratégias de fornecimento, investimento, opções de financiamento e aspectos regulatórios.

A pesquisa foi conduzida durante os meses de outubro até dezembro de 2021 e contou com a participação de 55 profissionais de empresas brasileiras de saneamento, distribuidoras de energia elétrica, e distribuidoras de gás encanado de diversas áreas funcionais incluindo operações, TI, Engenharia, Automação, Inovação, P&D, Estratégia, e Novos Negócios, entre outros.

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